
Manifestações
pela redução das tarifas e em defesa da TARIFA
ZERO eclodiram por todo o país, virando essa, a principal pauta depois da
revogação dos aumentos abusivos de 2013, que aconteceram em várias cidades do
Brasil, onde os governantes apoiam os grandes empresários de ônibus contra o
direito de um transporte público, 28 bilhões de reais são investidos nas obras
da copa do mundo 2014, muito acima dos gastos do mesmo evento realizado no
Japão, em 2002 e na Alemanha, em 2006. Deixando assim claramente em dúvida
quais são as prioridades dos nossos governantes. Segundo o Governo Federal,
grande parte do dinheiro foi investido em mobilidade urbana e
construção/revitalizações de vias, que só se “realizaram” para ajudar o
espectador da Copa do mundo a chegar adequadamente nos estádios, e depois
voltar tranquilamente para os seus hotéis caros, se locomoverem até os
aeroportos, e desfrutar de suas férias, por enquanto para nos, os natalenses,
sobra um transito caótico, ônibus sucateados, redução de linhas, e muito pouco
para se comemorar.
Apontar
os gastos exorbitantes como o único problema relacionado às obras de mobilidade
urbana que não atendem a demanda da população e sim da FIFA e dos turistas que deverão vir ao país durante a Copa, seria esquecer
das milhares de famílias pelo Brasil que estão sendo desapropriadas de maneira
arbitrária e indevida, inclusive aqui em Natal como fizeram na Mor Gouveia e em
breve pretendem realizar na Av. Moema Tinoco, na zona norte. Nem as áreas de
proteção ambiental ficarão ilesas depois das obras do pró-transporte: O Parque
das Dunas na Roberto Freire terá uma porção da sua área destruída para dar vez
ao asfalto, assim como também uma parte do mangue da redinha.

Assim,
ficamos com o questionamento: como se pode pensar uma cidade mais acessível sem
um transporte que seja realmente publico e acessível a todxs? Como pensar em um
desenvolvimento humano e social sem vias de acesso a cadeirantes e pessoas com
deficiência motora? Onde estão as ciclos vias que cumprem um papel fundamental
no desafogamento do transito e do próprio transporte publico, estimulando
praticas mais saudáveis de locomoção? Onde estão as calçadas, para garantir aos
pedestres um caminhar seguro? E os conselhos populares formados por usuárixs e
trabalhadorxs, para definirem as demandas dos bairros e da utilização do
transporte?
Até
que essas demandas sejam atendidas, e a nossa cidade tenha uma verdadeira
revolução em seu sistema de mobilidade urbana, garantindo a todxs o livre
acesso ao direito de ir e vir, continuaremos lutando, convictos de que se a
organização popular, nas ruas, é a verdadeira ferramenta capaz de trazer as
conquistas que tanto sonhamos.
Texto disponível no jornal Vuadora na Catraca
Acesse: Vuadora Na Catraca
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