quarta-feira, 29 de março de 2017

A conspiração Neo Liberal nos Países Periféricos

" Como os acordões neoliberais interferem diretamente na mobilidade urbana da  cidade e nos direitos essenciais da população "


                Logo após a segunda grande guerra, representantes do imperialismo norte-americano, juntamente com chefes de estado das nações europeias e teóricos da politica e da economia realizaram nos Alpes Suíços, um encontro para elaborar um projeto de Estado Mínimo, qual seria chamado Neoliberalismo. A estratégia principal dessa politica seria a internacionalização ao novo paradigma econômico, cuja origem está na fase mais avançada do capital industrial, a cartelização associada com o capital especulativo financeiro criam as grandes corporações com poder econômico para influir na politica dos países periféricos, impondo-lhes diretrizes de governo e ditando “cartilhas econômicas” de austeridade e arrocho.

                No Brasil, esse sistema de dependência econômica através da dívida, segundo a CPI da Divida Externa no Congresso Nacional, teve origem na década de 1970, no período da Ditadura Militar, em que houve vultosos compromissos não transparentes, coincidindo com o fim da paridade “dólar – ouro” nos EUA , em 1971 , com a emissão de dólares no sistema bancário a taxas de juros de 5 a 6 % ao ano. Estas taxas cobradas por bancos internacionais privados norte-americanos e ingleses (conhecidas como “Prime” e “Libor” respectivamente) eram consideradas baixas e atrativas, mas, com a condição de seguir as leis flutuantes do mercado financeiro, insto é, uma faca de dois gumes para quem foi com sede ao pote (como é caso brasileiro), pois, em 197
9 as taxas subiram para 20,5% anuais!


                Tal aumento impactou brutalmente a divida externa brasileira e levou à crise financeira dos anos 1980 e em consequência o monitoramento fiscal das contas do governo pelo FMI para garantir o pagamento dos juros aos credores internacionais, chegando a comprometer 45,05% do orçamento da União para esse fim.

                A fazer parte dessa reserva orçamentária os sucessivos governos burgueses tem lançado mão nos impostos referentes aos estados e municípios, deixando-os penalizados de uma fonte de recursos, o ICMS, imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, através de uma lei complementar 87/1996 – a chamada lei Kandir, de estimulo à exportação para o pagamento da divida externa.

                Além da subtração de impostos de estados e municípios, os governos burgueses vêm mantendo uma engenharia financeira de superávit primário, que é a contenção forçada dos gastos públicos para atingir a meta imposta pelo FMI ao país desde 1988, a ter como base o percentual do PIB, referente aos gastos primários, ou seja, sobre gastos e investimentos sociais.

                Tal realidade nos foi imposta, aproximadamente, vinte anos após a reunião de chefes de Estado e intelectuais dos países hegemônicos nos Alpes Suíços. Portanto, após o Golpe de 1964 e os vinte anos de implantação efetiva de medidas neoliberais durante a Ditadura, todavia os sucessivos governos burgueses, mesmo depois da redemocratização do país em 1984 apenas mantiveram a manutenção do Status Quo da politica Neoliberal, todos eles governaram de acordo com o consenso de Washington, fazendo concessões às exigências do capital internacional e no aprofundamento da Financeirização do país, com benesses tributárias aos especuladores, tal como a lei 11.312/2006, que reduz a zero imposto sobre rendimentos financeiros.

                O atual governo golpista de Temer com sua Pec.241/55, que congela por vinte anos os investimentos públicos em saúde e educação, aprofundou radicalmente o contingenciamento ocorrido no governo anterior, que ultrapassou os 70 bilhões de reais nas áreas essênciais: Saúde, Educação, Habitação, Transporte, etc. Enquanto o Estado fez gastos faraônicos com a Copa do mundo e as Olimpíadas.


               
  O momento cíclico de crise internacional do Capitalismo faz com que este ataque caia ferozmente sob as conquistas politicas e econômicas da Classe trabalhadora. É preciso que ela esteja coesa e fortalecida politicamente para enfrentar esses ataques advindos da estrutura do Capital, sua economia, ou da superestrutura, das leis, do Judiciário, da educação, comunicação, que formam o aparato ideológico de dominação do Estado Burguês.
                Dentro desse contexto de crise e cortes em serviços sociais para beneficiar o pagamento de juros a credores internacionais e nacionais é que exibimos a escandalosa cifra de mais de 42 milhões de pessoas impedidas do direito constitucional de ir e vir, por não terem condições de pagar uma passagem de ônibus, ao passo que no final do ano passado a frota de veículos particulares chegou a 50 milhões de veículos, os quais impactam nos congestionamentos das grandes metrópoles brasileiras.
                Vale salientar que o governo Lula, em parte, contribuiu para isso, no artigo 177, a constituição determina que os recursos da CIDE (Contribuição de intervenção no domínio econômico) sejam utilizados em investimentos em transportes públicos, entre 2002 e 2008 a arrecadação foi de R$51,8 bilhões e Lula investiu apenas 19,9 RS bilhões, desviando parte desta arrecadação para pagamento da dívida pública. Além disso, para aumentar o caos na Mobilidade Urbana, o ex-governo Dilma próximo do fim de seu mandato, para fomentar ainda mais o consumo de veículos individuais,
desonerou impostos das empresas automobilísticas.

                A luta pelo Transporte Público livre da mercantilização e da cartelização é árdua e ininterrupta, todavia ela trouxe avanços, tal qual a inclusão do direito de ir e vir como um dos direitos básicos constitucionais (juntamente com Saúde, Educação e Assistência Social), assim como garantiu a implementação do passe livre estudantil em várias cidades e capitais pelo Brasil e até algumas poucas cidades como Maricá – RJ onde foi implantado Passe Livre Integral para todos os habitantes. Porém, como já salientamos, os sucessivos governos Burgueses agem como fim para proteger e assegurar o Status Quo Neoliberal, e tais direitos sociais básicos sempre são marginalizados em detrimento da gestão do Estado em prol da acumulação de Capital pelas Classes Dominantes. Por isso, é vital manter a luta unificada da Classe Trabalhadora para a manutenção e ampliação das politicas públicas básicas, tais como o direito ao Transporte Público, e para tanto é preciso fortalecer a resistência  Classista e organizada por fora das instituições burguesas, almejando assim uma resistência ampla entre diversos movimentos sociais, sindicatos e organizações que não caiam no reformismo do Estado Burguês e no cooptação pelos interesses da manutenção do Status Quo Neoliberal. 

TARIFA ZERO JÁ!! POR UMA VIDA SEM CATRACAS!


Escrito por Edilson Freire & Cid Oliveira, 
INTEGRANTES DO COLETIVO DO MPL NATAL 

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