Em 18 de Julho de 2013, o
Movimento Passe Livre Natal ocupou o pátio da Câmara Municipal de Natal, diante
de um processo licitatório fraudulento, que seria realizado em 7 dias sem
nenhuma participação da população neste processo que dita como funcionará o
transporte público nos próximos anos, somente tinham acesso empresários,
prefeitura e a câmara municipal, reiterando o que acontece frequentemente:
Acordões entre políticos e empresários que no final das contas só interessam à
eles mesmos. Reivindicamos 3 pontos para que desocupássemos: 1 – A abertura da
Caixa Preta do $eturn ;2 – O adiamento do processo licitatório para que durante
este tempo o legislativo iniciasse o diálogo com a população através de fóruns
poulares e deliberativos; 3 – A abertura imediata da Caixa Preta do $eturn.
Durante a negociação, o então
presidente da Câmara, Albert Dickson (apelidado pelos ocupantes de Dickson
Mengele, sobrenome de um famoso oftalmologista nazista que realizava
experimentos cruéis nos campos de concentração. Albert Dickson é oftalmologista
e recebeu esse apelido depois de ordenar tamanha crueldade e covardia para
os/as ocupantes naquele dia, incluindo mulher grávida e senhor de idade), nos
apresentou uma proposta para desocupação que concordava com os termos acertados
por nós, menos quanto à Caixa Preta que ele acusava ser de responsabilidade do
poder executivo. Ficamos de redigir o documento no gabinete do Vereador Hugo
Manso do PT e o então presidente nos deu um prazo de 15 minutos. Em menos de 5
minutos fomos cercados por guardas municipais, encurralados, espancados,
eletrocutados, ficamos cegos temporariamente pelos sprays de pimenta e enquanto
isso Albert Dickson e o procurador geral Carlos Castim, fugiam pelas portas dos
fundos.
Segue vídeos da represália:
Naquele momento barramos a
licitação, porém mesmo com toda a pressão popular e o acordo que não chegou a
ser assinado por causa dessas agressões, a Câmara Municipal teve a ousadia de
fazer assembleias populares mal divulgadas, mal localizadas, onde a população
não tinha poder nenhum de deliberação nem de participação. Só tinha voz
entidades convocadas pela prefeitura. O resultado disto é que a licitação veio
em 3 meses, com várias promessas e com o aumento das passagens. Entre as
promessas e o aumento proferido ao povo, só nos ficou o aumento.
Agora em 2016 vivemos uma outra
conjuntura, a prefeitura e os empresários foram bem mais minuciosos, promessas
mais ousadas como ar condicionado (que já estava na licitação
anterior, porém até agora ninguém nunca viu), criação de fóruns para fingir a
participação da população (nesses fóruns usuários de ônibus não têm direito à
fala, somente representantes de órgãos burocráticos da gestão do trânsito e
transporte da cidade), uma clara tentativa de manipular a opinião alheia e silenciar aqueles que combatem a ganância destes empresários megalomaníacos, fingindo que nos dão direito de participar das decisões.
A transparência nunca foi o ponto
forte do $eturn, pelo contrário, é o seu ponto fraco. Há mais de 20 anos essa
organização patronal monopoliza o sistema do transporte público, dentro do qual
nessa ambição por poder, já responderam até por incêndios criminais contra
alternativos. Confira matéria aqui ou aqui.
Nós do Movimento Passe Livre
seguimos nos organizando contra os retrocessos vigentes com a investida liberal
no Brasil e no mundo, portanto em nenhum momento podemos nos esquecer daqueles
que quanto mais lotado e desconfortável for o ônibus para nós, melhor será para
seus bolsos.
Convidamos todos e todas à nos
organizarmos autonomamente, através de coletivos de amigos, do hip hop, do
grêmio da escola, da associação do bairro, a galera da quebrada, para
combatermos a ganância dos megalomaníacos tubarões do transporte da cidade, o
$eturn que encontra forças e apoio para nos roubar e nos excluir cada vez mais
do sistema do transporte público nos poderes públicos executivos e
administrativos.
#PorUmaVidaSemCatracas
#ViolentoÉOEstado #LicitaçãoÉPrivatização #Autogestão
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